Esperemos…
Esperanças.
Bocage, enxotando os índios da Índia, dos portugueses, importunadores, para o
seu buraco [1]. Frustrações. Colheram os “lusos
heróis, cadáveres cediços”, sepultados, por testamento, de burro [2] – e colheu-as Chloë Sevigny, quando
ficou apeada na tournée Depeche Mode 101, de 1987/8: “mas não consegui amealhar
dinheiro suficiente para comprar bilhetes do concerto. O pagamento do meu babysitting [3]
não estava a cobrir a proeza. Então, havia este puto que parava no parque onde
eu cresci. Ele era como o Damone do ‘Fast Times at Ridgemont High’. Lembras-te
dessa personagem? Ele vendia bilhetes para o concerto e erva e tudo o mais.
Este gajo conduzia um Honda CRX com um autocolante WDRE. Fui até ao seu
carro e foi tipo: ‘tens alguns bilhetes para os Depeche Mode?’. Ele disse-me:
‘iá, eles são tantos dólares’. Eu não tinha o suficiente, então ele disse: ‘se
me bateres uma sarapitola, dou-te os bilhetes” [4].
“Irem para o maneta” [5] as esperanças é rabo-leva espetado no pretérito
imperfeito. No presente perfeito, empontando o défice orçamental, palavra de
Mendes [6], mergulharemos no futuro mais que
perfeito. Rebentarão festas, esgotar-se-á a vinhaça, o nacional tintol, como na
Rússia, o vodka [7]. Em Portugal há um rígido calendário
das grandes esperanças certificado pelos ministros das Finanças, Teixeira dos
Santos, o ido: “2009 foi o ano da grande crise. 2010 foi o ano da desconfiança
e 2011 terá que ser o ano da recuperação da confiança dos agentes económicos e
dos mercados financeiros”. Vítor Gaspar, o vindo: “a data crucial para o
regresso aos mercados é 23 de setembro de 2013 e certamente que esperamos ter
crescimento positivo antes disso” [8]. E, o emprazado
povo, com estas datas fixas, nem espera, alcança, a saída desta situação de seca
extrema de… amor dos mercados: “K.I.E.R.E.M.E.”
[9].
A
apojadura pátria nunca esteve por meias medidas, só medidas cheias, Luciana
Abreu, recém-genetriz: “comprei uma bomba para tirar leite”. Adelaide de Sousa,
com filho de dois anos e meio: “estou a amamentar o Kyle e ainda dou leite para
outro bebé” – outros povos não mamam tanto: apenas por tetuda ser, Kate Upton
foi banida
do YouTube,
(reconsiderada depois para maiores de 18 anos). Modelo da Sports
Illustrated, “19 anos, estava a demonstrar como fazer o ‘Cat Daddy’”, numa
sessão fotográfica para Terry Richardson, “ok, é isso. É tudo o que vocês
precisam”, de mancheia, concluiu ela; as tetas de Jenna
Talackova, chutada fora
do concurso Miss Universo Canadá, condoeram Donald Trump, do seu bom coração, e
não pelas audiências, a reformar as regras
(proibiam mulheres não conaturais). Jenna nasceu Walter,
um colega de escola: “não era como se ela se parecesse com um rapaz, mas comportava-se
como um rapariga”.
Jenna “iniciou a terapia hormonal com a idade de 14 anos. Ela disse que teve
uma cirurgia de reafetação sexual aos 19”; uma mais em “Heels of Steel” (heavy metal feminino
de Estocolmo, Hysterica).
A
galactoposia nativa preiteja a classe dos mamíferos, embora alguns disparem
sobre as garrafas, como o fazia D. Sebastião. – Uma grande esperança, tal como
a Children Medieval Band: três
irmãos, Stefen, 10 anos, guitarra, voz e violino, Olga, 8 anos, violino e teclado,
e Cornélia, 5 anos, percussão e harpa; tocam versões dos Rammstein, Beatles ou “Ronde - Mon Amy”, do compositor
renascentista Tielman Susato. D. Sebastião,
filho do príncipe D. João, o filho de D. João III, e da princesa Joana, filha
do imperador Carlos V, foi educado na beatice com duas consequências. Convenceu-se:
primeiro, ser o “Capitão de Deus”, de que estava predestinado para, à frente
das hostes cristãs, esmagar o Islão; segundo, de que o maior pecado no mundo
era a mulher. Certo dia, num banquete no paço, uma aia, carregando um
tabuleiro, roçou-lhe o mamilo pelo cotovelo, o rei estarreceu de visões de Berzabum,
trancou-se três dias na capela, purificando-se pela oração. Em Lisboa, entre a
classe dominante, padejava um sentimento de frustração pela desgraça económica
que era o império asiático. O
caminho marítimo para a Índia fora um grande fracasso, não
era sustentável, os custos de manutenção não se refletiam nos preços das mercadorias e somavam-se prejuízos, (nos bolsos do povo cada vez mais pobre).
Circulava então a ideia de um império mais perto de casa. De ir pontapear mouros
para Marrocos – “Kicking
Daisies”, rock adolescente de Connecticut, “Keeping Secrets”, no “So
Random!”.
No
reinado de D. Sebastião um cometa cruzou os céus de Lisboa e logo o rei
entendeu-o como um sinal para atacar o norte de África. O rei era um escravo da
Companhia de Jesus, o poder estava nas mãos dos irmãos Câmara, Luís Gonçalves
da Câmara, confessor do rei, e Martim Gonçalves da Câmara, escrivão da
puridade. Camões final do canto VII dos “Lusíadas” acusa-os de estarem “a despir
e a roubar o pobre povo” e nega-se a cantar: “Nenhum ambicioso, que quisesse / Subir
a grandes cargos, cantarei, / Só por poder com torpes exercícios / Usar mais
largamente de seus vícios”, ora, no século XVI, estes “vícios” era abafar a
palhinha e consta que D. Sebastião marchara, trespassado pela “espada” dos
Câmaras, uma possível explicação da sua misoginia. (Escorçomelar-se-ia ele das “Chelsea Girls”, 1966, filme
de Andy Warhol e Paul Morrissey). Os conselheiros instigavam-lhe a vontade
guerreira de “Capitão de Deus” – Camões: “vós, novo temor da maura lança,
maravilha fatal da nossa idade” – os conselheiros, deste lado da fronteira.
Em
dezembro de 1576, Sebastião conferenciou, para apoio ao seu empreendimento
marroquino, com o tio Felipe II, de Espanha, no mosteiro de Santa Maria de
Guadalupe, a padroeira da Estremadura espanhola. O tio desaconselhou-lhe tal
temeridade, e o já idoso duque de Alba, presente nessa reunião, recomendava
“cautela”. Um bazofiador Sebastião de 22 anos pergunta-lhe: “duque de que cor é
o medo?”. O duque sereno respondeu-lhe: “às vezes é da cor da prudência”. Não
havia disso em Portugal.
Com 40º à sombra no norte de África, para lá sarpou Sebastião
mais 14 mil homens, forrados de armaduras, no mês de agosto de 1578. Morreu o
rei, desfalcou-se a nobreza, destruiu-se o exército, e sobe ao trono o quase morto
cardeal D. Henrique, de quem o povo disse: “viva el-rei D. Henrique, no inferno
muitos anos, por deixar em testamento, Portugal aos castelhanos”, porque dois
anos depois Felipe II de Espanha governava Portugal – “Crisis”:
“Ventas, rentas, saldos, hipotecas / Alquila, compra, vende, arrenda / Oferta,
demanda, valores en alza / Suben, bajan, acciones de banca. / Inflacción,
devaluación / Explotación, deuda exterior // Crisis” (eletro-pop espanhol, na Movida Madrileña dos anos 80, Alaska y Dinarama).
Sebastião
era um gargajola insuportável. Num arraial militar, em Arzila, Coimbra, um boi
escapa-se, um soldado improvisa uma tourada e mata-o. E a pronta ordem real
foi: “enforquem-no!”. O mestre de campo, esquivando-se àquela inutilidade,
precaveu-se do perdão do dono da besta, o duque de Barcelos, e na presença real,
intercede pelo soldado, Sebastião diz-lhe: “não o enforcaste? Cuidado! Que eu vou
enforcar-te com ele”. D. António Pinheiro, bispo de Miranda e depois de Leiria,
num sermão recomenda precaução, nos perigos da guerra para a vida de um rei
ainda sem descendentes, no fim da missa Sebastião irado ordena-lhe a abdicação do
cargo. Nas areias de África, cavalgavam atrás dos mouros, Sebastião e o seu
melhor amigo, Cristóvão de Távora. O cavalo deste adianta-se ao do rei. Sebastião
desfere uma violenta pancada com a lança no toutiço do fidalgo, que rápido se
apeia e respeitosamente e lhe beija as mãos A fidelidade aos monarcas era
religiosa – “Where Is
Your God?” (black metal de Medellín, Thy Antichrist).
Na
manhã de 5 de agosto, o dia seguinte à vitória do sultão Abd al-Malik na batalha
de Alcácer-Quibir, um moço do paço real português, também chamado Sebastião, assegurava
que vira o cadáver do seu rei. Esse corpo foi recuperado, velado numa tenda, mas
o calor escaldante da noite, liberta eflúvios pestilentos e arrastam a esteira
para o ar livre. Sepultado provisoriamente na casa de um alcaide, depois é despachado
para Ceuta. No reinado de Felipe II é repatriado para a sepultura os Jerónimos,
enterrado sob reservas, com a legenda: “si vera est fama”, Afonso Lopes Vieira,
no poema “O túmulo dos Jerónimos”: “Se é vera a fama, aqui jaz Sebastião / Vida
nas plagas de África ceifada. / Não duvideis de que ele é vivo, não! / A morte
lhe deu vida ilimitada”. E ele não para de regressar. Em 1585, veio do convento
de Óbidos para uma ermida na praia de S. Julião, na Ericeira, um jovem, que
triste, chorava e lamentava-se, dia após dia. O povo, intrigado, divisou-lhe
traços do D. Sebastião e convenceu-se de que era o rei salvo-conduto para a
felicidade terrena. Milhares de camponeses do oeste da Estremadura prestaram-lhe
vassalagem. Ele intimida o cardeal Alberto, vice-rei, a governar em nome de
Felipe II de Espanha, a abandonar Lisboa e a devolver-lhe o seu legítimo trono.
O duque de Alba com um esquadrão de 400 castelhanos abafou a brincadeira. Os
seguidores são chacinados, o falso Sebastião é capturado, torturado e morto.
Era Mateus Álvares, filho de um padeiro, da ilha Terceira, no julgamento depôs:
“eu nunca disse que era o rei, também nunca disse que o não era, porque quem
tem o direito de fazer reis é o povo e o povo disse que eu era o rei”. Um novo
Sebastião ambula nas lusas mentes, a data de chegada é certa, vã não é a
espera, nem há castelhanos na costa, esse Sebastião é o regresso dos subsídios
de férias e da Natal [10]. Será uma espera
dadaísta, Ribemont-Dessaignes: “No vazio meti as mil letras do alfabeto, / Isso
faz um belo concerto / Bem que não esteja ninguém. / E portanto eu espero, eu
espero, / Eu espero o zero que nunca virá”. Enquanto se espera, balde de
pipocas e cola: “death metal em Angola”, filme de Jeremy Xido [11].
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[1] O célebre soneto,
galante, poupa-lhes as filhas: “Lusos heróis, cadáveres cediços, / Erguei-vos
dentre o pó! Sombras honradas, / Surgi! vinde exercer as mãos mirradas / Nestes
vis, nestes cães, nestes mestiços. // Vinde salvar destes pardais castiços / As
searas do arroz por vós ganhadas… / Mas ah! poupai-lhes as filhas delicadas, /
Que elas culpa não têm, têm mil feitiços. // De pavor ante vós no chão se deite
/ Tanto fusco rajá, tanto nababo, / E as vossas ordens trémulo respeite. // Vão
para as várzeas, leve-os o Diabo !
/ Andem como os avós, sem mais enfeite / Que o langotim, diâmetro do rabo”.
[2] Mário de Sá Carneiro:
“Quando eu morrer batam em latas, / Rompam aos saltos e aos pinotes, / Façam
estalar no ar chicotes, / Chamem palhaços e acrobatas! // Que o meu caixão vá
sobre um burro / Ajaezado à andaluza: / A um morto nada se recusa, / E eu quero
por força ir de burro!...”.
[3] Jorge Moreira da Silva, vice-presidente
PSD, arrepela babysitar: “o PSD não
pode ahm, como eu já disse várias vezes, andar com ahm o PS ao colo, nós não
temos o papel de babysitter do Partido
Socialista. Não se deve pedir ao PSD ou ao Governo, que obrigue o PS a ser um
partido responsável ahm o PS faz o seu caminho, segue o seu caminho ahm, em todo
o caso nós esperamos que o Partido Socialista possa abandonar esta retórica um
pouco radical que iniciou há duas ou três semanas, não porque isso seja
fundamental para o Governo ou para o PSD er er o PSD er er lidera er o Governo,
o Governo de coligação, o Governo está a fazer o seu caminho, está a a ter
resultados, aham e portanto não há nenhum sinal de radicalismo que, da
parte do Partido Socialista, que prejudique o dia a dia da governação”.
[4] Entrevista de Chloë Sevigny,
ao vocalista do grupo, na revista Interview agosto 2009. Dave Gahran: “ó! De
modo nenhum”. Sevigny: “eu não sabia o que aquilo era nessa altura, (com 15
anos), acredita ou não. Então, voltei para os meus amigos, que estavam noutro
carro, e foi tipo: ‘ele disse-me que mos dava se lhe batesse uma sarapitola’. Os
meus amigos disseram: ‘não! Não o faças!”. Chloë, amiga íntima de Harmony
Korine, estreou-se no papel principal de “Kids” (1995), por
desistência da atriz canadiana Mia Kirshner: “Harmony apenas pensava que eu era
uma rapariga doce e fofa e ele gostava do meu cabelo loiro”. É o mesmo filme que
também debutou Rosario
Dawson,
uma das “carreiras
de celebridades que se lançaram por acidente”. Até aos 17 anos, Rosario era
uma sem-abrigo, a mãe arrombara um apartamento devoluto no Lower East Side.
Sentada nas escadas, foi topada por Larry Clark, “um fotógrafo de 66 anos,
cujos temas favoritos são adolescentes a tomar drogas e a fazer sexo”, e pelo
jovem argumentista Harmony Korine, que lhe convidaram para um papel no filme “Kids”.
Chloë:
“tenho questionado os temas do género e sexualidade desde que era adolescente,
e fiz algumas experiências”, profícuas para se embrulhar com Hillary Swank em “Boys Don’t
Cry” (1999). Ela protagoniza um dos “24
trailers que funcionam como obras de
arte autónomas”: The Brown Bunny (2003), filme onde expressa poder de sucção
360 watts ar na famosa cena do
bico.
[5] A expressão deriva da
alcunha portuguesa de Louis
Henri Loison, general francês na primeira invasão, sob o comando de Junot. Dizia
Raul Brandão, que o general Paul Thiébault, descrevia
Loison como “um homem hábil, mau como um cão”. Quando os autóctones careciam de
correção, eram expedidos ao “maneta”, que lhes moía o corpo, muitas vezes,
extirpando-lhes a vida. O “maneta” comandou as tropas francesas na Batalha da
Ponte de Amarante, vindas do lado do mosteiro, para entrar em Trás-os-Montes. Durante
14 dias resistiu a barricada dos portugueses. Loison ordenou, a um oficial de
engenharia, a armação de quarto barris de pólvora. Que embrulhados em mantas, para
amortecer o ruído, quatro soldados, rastejando, no escuro da noite, encostaram
na barricada. Os portugueses não se aperceberam de nada, só da explosão e da
passagem dos gauleses.
[6] Marques Mendes,
conselheiro de Estado e TV man: “eu
acho que o ano de 2012 vai ser um ano muito difícil. Agora não vai ser um ano
impossível, e eu acho que os salários vão ser pagos, dentro das limitações, que
já são conhecidas em termos orçamentais. Portanto, não vale a pena exagerarmos.
Agora há uma coisa que eu tenho a certeza, que é, se este ano cumprimos o
défice orçamental permitido, e apesar dos sacrifícios todos, no próximo ano
também cumprimos a meta definida, eu acho que nós vamos começar a aproximar
do exemplo da Irlanda e não da Grécia. E o exemplo da Irlanda é de um país
que teve recessão como nós, mas neste momento, já está a crescer. Eu acho que
isto nos dá esperança, em vez de nos mergulhar na fatalidade”.
[7] O dia em que esgotou o
vodka na Rússia. Um repórter: “tive a sorte de comprar um litro de vodka na
estação de comboio, quando cheguei, porque era impossível comprar algum mais
tarde … não havia vodka em Moscovo no 10 de maio, bebemos todo”. Pelas 1:10
horas, do dia 9 de maio de 1945, o rádio difundia que a Alemanha oficialmente
se rendera à URSS, a população invadiu as ruas nos festejos, Staline discursou,
“o país inteiro ficou sem vodka!”.
[8] Uma data tartamudeada
pelo primeiro-ministro Passos Coelho: “eu não sei se Portugal regressará aos
mercados em setembro de 2013 ou mais tarde. Naturalmente que eu quero isso mas,
se por qualquer razão que não tenha a ver com a aplicação do programa, isso não
funcionar, então o Fundo Monetário Internacional e a União Europeia manterão a
ajuda a Portugal. Já deram garantias disso … eu não vejo motivos para que aconteça,
mas é claro que desde a cimeira europeia de julho de 2011 há uma garantia de
ajuda, desde que os programas sejam implementados com sucesso”. E pelo segundo-ministro
Miguel Relvas: “Portugal está e vai cumprir o programa estabelecido e em
circunstâncias normais a vinte trê…s de Setembro de 2013 Portugal voltará ao
mercado … é difícil, compreender, e reconhecer todo este ruído, que nos últimos
dias tem existido acerca desta questão, porque Portugal e a Irlanda, está
claramente na sua mão o cumprimento de todo o plano estabelecido”.
[9] Primeiro single de “Un pokito de rocanroll”,
terceiro CD de Bebe (Nieves Rebolledo
Vila): “nascida em Valência de Alcântara e criada entre Zafra, Montijo, Mérida
e Badajoz. Os seus pais eram músicos, membros do grupo folk Surberina. Em 1995, começa a sua trajetória como corista no
grupo Vanagloria. Um ano depois foi para Badajoz onde, com a sua voz, as suas
canções originais e a sua guitarra, em finais de 2003 realiza o sonho de todo o
compositor, traduzindo num álbum tudo aquilo que impregna a sua vida e a sua
música” ▬ “La
Bicha”.
[10] A data é certa, os
portugueses é que são maus a matemática. Cavaco Silva: “uma discussão que faz
pouco sentido neste momento, porque é prematuro estar a pensar naquilo que pode
acontecer no ano de 2014 ou 2015, quando a situação económica e financeira do
país em 2014 ou 2015 vai depender de múltiplas variáveis, algumas variáveis
externas não controladas por nós. Por isso, é melhor que aguardemos pelos
orçamentos de 2014 e 2015, que a Assembleia da Republica irá discutir, irá
aprovar ou não, e então podemos discutir com mais informação … nós devemos
concentrar neste momento, acima de tudo, ao desemprego, é o drama maior do
nosso país em particular o desemprego dos jovens mas também o desemprego de
longa duração… e para isso é preciso que no país se crie um ambiente favorável
ao investimento privado, incluindo o investimento estrangeiro e à produção de
bens suscetíveis de serem exportados ou substituírem ‘informações’ e ao mesmo
tempo manter a coesão social”. Paulo Batista Santos, deputado careca do PSD e voz
de massa fina: “o PSD quer dizer com toda a clareza que não há novidade nenhuma
nesta questão. O programa de assistência está em vigor e é conhecido de toda a
gente, desde Maio de 2011 até Maio de 2014, é evidente que a recu a retoma! A
recuperação, a reintrodução dos subsídios só pode ser aplicado em 2015, no
orçamento que será aprovado em 2014. Isto é uma não questão, estamos todos a
falar da mesma coisa, e não vale a pena lamentar mais um problema, num assunto
que para nós está encerrado e está claro … o ministro da Finanças acabou aqui,
de uma forma transparente e com toda a honestidade, assumir que houve alguma
lapsos nessa matéria, mas nunca houve dúvidas nenhumas que esses cortes iriam
se manter durante a vigência do do plano de assistência financeira”. Vítor
Gaspar “assumira” na Assembleia: “deixem-me esclarecer muito vagarosamente a
questão, deixem-me esclarecer muito vagarosamente a questão dos subsídios de Natal
e de férias … o ano de 2015 é a ano imediatamente consecutivo a 2014” , do lado direito, uma
rinchavelhada de Miguel Relvas.
[11] Documentário sobre o
Festival de Rock do Huambo. Alguns grupos: Dor Fantasma
▬ “System” ♫ estreia de “System” ♫ “Salvation”
♫ “Hey”; Before Crush ▬ “A grande conquista” ♫ “Som dos impossíveis”; Black Soul ▬ “You Are Liar” ♫ “Um lugar”, Grupo Instinto Primário ▬ “Se paiou” ♫ “Vai já
devolver”; Café Negro ▬ “Kilapanga do órfão”
♫ “Loud for you” ♫ “Universo”.
cinema:
Sammie Spades: 1,50 m ,
46 kg , 81-66-91,
sapatos 37, olhos azuis, cabelo loiro. Quando aluna da universidade comunitária
de Buffalo em 2006, conheceu Hillary
Clinton, então ainda senadora, num banquete político, candidatou-se e
obteve um estágio de verão no escritório de Hillary em Buffalo, Nova Iorque. “Sammie
diz: ‘eu planeava ser advogada e então entrar num cargo político’ – contudo, um
par de anos depois, ela teve problemas de dinheiro, abandonou a política … e
assume que fazer sexo nos filmes era a melhor maneira de pagar as contas”. E a
sua filmografia
é enriquecedora: “Mothers Teaching Daughters How To Suck
Cock #2” (2009), “Big
Butts Like It Big #8” (2011), “Anal Buffet 7”
(2011), e outras muitas obras orgânicas; “no meu tempo livre adoro
espreguiçar-me na minha piscina e beberricar margaritas geladas”, nunca lhe
escasseou dinheiro para dissipar na “lista de
desejos das estrelas porno na Amazon”, ou para cultura clássica: pornchestra, sinfonia nº 40
de Mozart. {Twitter}. – “Cinderella 2000” (1977): musical de ficção
científica, sexplotation
de baixo orçamento: “as pessoas só estão autorizadas a acasalar para fins
reprodutivos, em horário estritamente programado, e os transgressores são
encolhidos ao tamanho de bonecos”.
O robot Roscoe sequestra os casais para esses atos aprovados: para “fornicação sem sanção”. “No ano de
2047, o mundo foi dominado por um Governo autoritário, o Controller (Erwin
Fuller) proíbe a atividade sexual, devido ao crescimento excessivo da
população. Cercada por esta atmosfera opressiva está Cindy (Catharine Erhardt),
uma criada, coberta de sujidade, a viver com a sua madrasta de carregado
sotaque alemão, e duas meias-irmãs (uma branca vil e uma surpreendentemente
amável preta). Enquanto cantarolava uma melodia sobre a gata borralheira depois
de ler um conto de fadas, ela é visitada por uma fada padrinho intergaláctica
(Jay B. Larson), que a introduz na arte de fazer amor, transformando animais da
floresta em seres humanos em collants
e máscaras gigantes, que moem as virilhas e executam um número musical”.
“A fada padrinho concede-lhe o seu desejo de ir ao irresistível baile. Cindy encontra
Tom Prince (Vaughn Armstrong), o homem dos seus sonhos, no baile. Os dois
rapidamente consumam o seu amor. A sua felicidade é interrompida quando a lei
os apanha a fornicar. Para piorar a situação é quase meia-noite, então Cindy
escapa-se antes de Tom vê-la como a camponesa que ela realmente é. Na manhã
seguinte, Tom procura por todo o lado a sua princesa, indo para a cama com
várias damas, ao longo do caminho, antes de encontrar a mulher que ele
verdadeiramente ama, Cindy”.
– Rosie Jones: 1,70 m , 81-66-91, sapatos
38, olhos castanhos, cabelo castanho, modelo britânica de Sunbury-on-Thames,
Middlesex, nascida a 9 de julho, 1990. “Jones é modelo desde 2008. Antes disso,
ela frequentou a St. Ignatius Catholic Primary School e o St. Paul's Catholic
College em Sunbury-on-Thames, onde alcançou quarto níveis A e um AS (Advanced
Supplementary) em psicologia, estudos teatrais, estudos de média, pensamento
crítico e estudos gerais”. Rosie detêm o recorde
do Guinness, derrotando Becky,
para o maior número de soutiens tirados e colocados num minuto, sete: “foi
realmente mais difícil do que parecia, quero que as pessoas saibam disso. As
minhas mãos doem, os meus braços doem e os meus músculos cresceram!”. A sua bolbosa
obra: paródia Old Spice
♥ no vídeo de Bryan Ferry “You
Can Dance” ♥ Victory
Poker ♥ “Body Language”
♥ disse: “segurei
a Taça do Mundo entre as minhas mamas” ♥ fotos ♥ {Twitter}. – Veena Malik: 1,70 m , 50 kg , 91-66-91, olhos
pretos, cabelo preto, atriz paquistanesa, vedeta de Lollywood, estreou-se em “Tere Pyar Mein / no teu
amor” (2000), e reparte-se por outros em urdu, punjabi e hindi como: “Yeh Dil Aap Ka Huwa / se
o seu coração é” (2002), “Pind
Di Kuri” (2003), “Sassi
Punno” (2003), “Gali
Gali Mein Chor Hai” (2012), “Tere Naal Love Ho Gaya /
apaixonando-me por ti” (2012), “Dal Mein Kuch Kala Hai /
nem tudo é o que parece” (2012), a sua estreia em Bollywood; Veena no anúncio
do armazém Libas. Foi
capa da FHM
Índia de dezembro 2011, nua, com a tatuagem “ISI” (Inter-Service
Intelligence, acrónimo dos serviços secretos paquistaneses), no braço esquerdo.
Veena nega as fotos e exige a retirada da revista e dois milhões de dólares de
indemnização por perdas e danos. Ayaz Bilawala, o advogado: “miss Malik foi intrujada e burlada. Ela
teve uma sessão fotográfica, mas não havia nenhuma nudez. Ela tinha algumas roupas”. O
editor da revista, Kabeer Sharma: “nós temos um vídeo da sessão fotográfica,
bem como e-mails de Veena sobre como
está ansiosa pela capa. Veena estava muito entusiasmada como essa ideia do ISI”.
Desapareceu na manhã de 16 de Dezembro, “deprimida e indisposta”, o cineasta
Hemant Madhukar: “Veena Malik, sem fazer a sua última gravação às cinco da
manhã para o meu filme ‘Mumbai 125 kms’, de repente desapareceu da sua carrinha
camarim. O seu telemóvel também não estava contactável, eu deduzi que a atriz
estava cansada e fora para casa”.
Em janeiro, defendeu-se dos clérigos radicais paquistaneses, que não autorizam
exposição de carne mafamética: “se uma mulher está bem vestindo uma burca, ela
deve usar uma burca. Se uma mulher, sendo muçulmana, quer usar jeans, então ela deve usar jeans”.
No reality show “Swayamavar 4 – Veena Ka Vivaah”, em é uma noiva à procura de marido, recebeu 71 240
pretendentes: “eu sabia que os rapazes, empenhados em casar, iriam mandar os
seus perfis, mas para cima de 71 000 é um número além
das minhas expetativas. E ainda que eu esperasse entradas do Reino Unido, EUA,
Índia e Paquistão, achei surpreendente ver um grande número de entradas da
Polónia. Penso que as moças paquistanesas e indianas são famosas pela sua
beleza, valores da família e tradições, e é por isso que mesmo rapazes da
Polónia estão interessados”.
– Seanise Haskins: “formada na Escola Secundária da
Sagrada Família é um modelo para os seus pares e colegas mais novos. Ele
encarna, espiritual, académica e emocionalmente, o estudante ideal. Seanise é
uma dama que vive na educação e na liderança. (…). Ela é uma dama à espera de
fazer História”.
Miss Pasadena Teen, concorrente ao título de Miss Califórnia Teen 2011,
em Agua Caliente ,
Rancho Mirage, Califórnia, decorrido no mês de novembro de 2010. Na universidade
do Arizona, zona de estudo das universitárias mais sexys, ela é uma Tucson 12, “inteligência, sensualidade, beleza,
Tucson tem tudo”. A
apresentação de Seanise como aluna de administração de empresas,
especialização em mercado empresarial. As provas de biquíni. As respostas
ao obrigatório inquérito:
“o que está a tocar no teu iPod agora?”, “Lloyd – Year if the Lover”
/ “resume o teu último encontro em 5 palavras?”, “descontraído, confortável,
espontâneo, divertido e excitante” / “sandálias ou stilettos?”, “stilettos”.
– Destiny Papalia: 1,60 m , 47 kg , 81-61-84, sapatos 37,
olhos castanhos, cabelo castanho. Modelo latina, ex-coelhinha da Playboy, “nascida e
criada no nadir de San Joaquin Valley, na cidade de Stockton, Califórnia” ▬ “Headlines” ♥ banho de espuma ♥ “fantasy girl” ♥ “Dent
& Sol Powa” ♥ na revista Rogue: “a minha filosofia
na vida é manifestar positividade. Avançar sempre com uma visão positiva sobre
as coisas, não importa quão difíceis ou impossíveis os obstáculos da vida,
pareçam. Você tem que acreditar em si mesmo e manifestá-lo”/ “qual é a palavra
favorita para praguejar quando estás chateada?”, “foda-se” / “qual é a tua
parte favorita da anatomia humana?”, “no homem, os olhos” ♥ no World Gaming Magazine
Macau, jan/feb 2011 ♥ {Blog}.
música:
Danger Mouse
– produtor musical, sóbole dos Gnarls Barkley, no ano de 2009, uma disputa
legal com a EMI, cancelou-lhe a edição do seu álbum “Dark
Night of the Soul”: “um porta-voz do produtor disse: ‘Danger Mouse continua
extremamente orgulhoso de “Dark Night of the Soul” e espera que as pessoas que tiverem a sorte de
ouvir a música, seja por que meio for, fiquem tão entusiasmadas como ele está’.
Ele acrescentou que o álbum, que vem com uma edição limitada, ‘livro com mais
de 100 páginas’ de fotografias de David Lynch inspiradas pela música, ‘sairia
agora com um CD-R virgem’. ‘Todas as cópias serão claramente rotuladas: ‘por
razões legais, o CD-R incluso não contém música. Use-o como quiser’. (…). As 13
faixas puderam ser ouvidas no site da
estação pública americana NPR”.
O álbum foi escrito por Mouse, i.e. Brian Joseph Burtone, e pelo líder dos
Sparklehorse Mark Linkous:
(9 de setembro, 1962 / 6 de março, 2010), “em 2005, amigos de Linkous tentavam
arrancá-lo de um estado depressivo mostrando-lhe música nova. Um dos discos que
lhe chamou a atenção foi ‘The Grey Album’ do Danger Mouse, que conduziu a um
relacionamento mutuamente apreciativo entre os dois artistas. Danger Mouse
trabalhou nalgumas músicas de ‘Dreamt for Light Years in the Belly of a Mountain’,
o regresso dos Sparklehorse em 2006, lapidando as canções delicadas, herméticas,
de Linkous com um novo tipo de nitidez e cor. Nas entrevistas promocionais, Linkous
e Danger Mouse davam dicas de futura colaboração”.
O
álbum “Dark Night of the Soul” circulou na net
e só foi editado oficialmente sete meses depois da morte de Linkous: vários
anos de dependência e depressão, nos anos 90, uma overdose quase o matou e danificou-lhe as pernas. “Em 1996, quando
em tournée pela Europa com os Radiohead, (…), Linkous consumiu uma combinação de
antidepressivos, valium, álcool e heroína num quarto de hotel de Londres.
Inconsciente, e com as pernas presas debaixo dele por quase 14 horas, o
resultante potássio acumulado causou uma paragem cardíaca por alguns minutos
depois de o seu corpo ser erguido. A cirurgia que se seguiu quase lhe fez perder
o uso de ambas as pernas e deixou-o numa cadeira de rodas durante seis meses”. No
dia 6 de março de 2010, sentou-se num beco perto da Irwin Street, em Knoxville,
Tennessee, e suicidou-se pelas 13:20 com um tiro no coração.
No
CD, empenharam-se, na produção e composição: James Mercer dos Shins, Wayne
Coyne dos Flaming Lips, (“excessivamente
comunistas para Oklahoma”: uma t-shirt
com a foice e o martelo do baixista Michael Irvins quase ceifou a nomeação de “Do You Realize??” como
canção rock oficial do Estado), Gruff
Rhys dos Super Furry Animals, Jason Lytle dos Grandaddy, Julian Casablancas dos
Strokes, Black Francis dos Pixies (“tão
influentes que uma vez, famosamente, Kurt Cobain chamou ao Nevermind
a sua tentativa de ‘rapinar os Pixies’”), Nina Persson dos Cardigans, Scott
Spillane dos Neutral Milk Hotel e Gerbils, Suzanne Veja (“Tom’s
Diner”: “costumava ir ao Tom’s Restaurant tomar café, e depois de me
formar, também comia lá antes de ir trabalhar. Era então um lugar barato e
gorduroso na 112º com a Broadway”), David Lynch, Iggy Pop (c/ Debbie Harry) e outro
pernil esticado antes da saída oficial do disco, Vic
Chesnutt (12 de novembro 12, 1964 / 25 de dezembro, 2009): paralisado
num acidente de viação aos 18 anos, disse numa entrevista que “‘era um
tetraplégico da cintura para baixo’, e conquanto tivesse sensibilidade e algum
movimento no seu corpo, não podia andar ‘funcionalmente’ e que, embora
percebesse pouco depois que podia ainda tocar guitarra, só podia tocar acordes
simples. (…) Morreu de uma overdose
de relaxantes musculares que o deixaram em coma num hospital de Athens”, Geórgia, no dia
de Natal de 2009.
O
protesto de Danger Mouse insinuava o download
de um site P2P para o CD-R virgem [1]. A contestação chouta com os tempos, apesar do prudente
atassalhar dos mais velhos: “a avó costumava dizer às pessoas que iam lá a casa
que eu era realmente uma menina; nessas alturas, fugia e fechava-me na casa de
banho. Dizia-lhes também que eu usava a pilinha à direita, quando era à esquerda
que devia usá-la, como os homens. Por baixo da toalha, bem tentava pô-la à esquerda,
mas a pilinha, por si própria, passava-se para a direita”, Arrabal
em “Baal Babilónia”. Ou da resiliência
paterna: “progenitor seguiu o filho de Valadares (Gaia), onde residem, até
ao Porto, vendo o menor (15 anos) entrar na discoteca Pride. Aí, cerca das três
horas da madrugada terá activado a 1ª Divisão da PSP da cidade, alegando ser
heterossexual e pai de um adolescente, que queria ver retirado do espaço,
porque ali se recusava a entrar” e entregou-o à PSP, não o queria no lar. Não é
o lugar mais seguro. No ecrã: “personagens de TV que
nunca saíram o armário (mas que deviam)”, no chão da sala: “brinquedos que te tornam gay”. Falido o Girl Watcher,
os ventos sopram por detrás.
A
rebeldia no século XXI ressupina no cheira-fraldas – José
António Saraiva: “todas as gerações, desde esses idos de 60, tiveram os
seus sinais exteriores de revolta. Foram os cabelos compridos, as drogas, as
calças à boca-de-sino, as barbas à Fidel Castro, os posters de Che Guevara colados na parede do quarto. Ora a exposição
da homossexualidade é hoje uma delas. E a opção gay é uma forma de negação radical: porque rejeita a relação
homem-mulher, ou seja, o acto que assegura a reprodução da espécie. Nas
relações homossexuais há um niilismo assumido, uma ausência de utilidade, uma
recusa do futuro. Impera a ideia de que tudo se consome numa geração – e que o
amanhã não existe. De resto, o uso de roupas pretas, a fuga da cor, vão no
mesmo sentido em direcção ao nada ”. Vestir de preto? agasalhar o palhaço? temos
herói.
Gaahl,
i.e. Kristian Eivind Espedal, demónio do black
metal norueguês, fundador dos Gorgoroth, Trelldom e Gaahlskagg, em 2006 despeitorou-se
como investidor de moda. Conchegou-se a Dan DeVero, agente de modelos / connoisseur de peles, para pespontearem a
coleção Wynjo [2] (2009). Gaahl historiza:
“havíamos contratado modelos da DXD Models para um vídeo a ser gravado em Bergenshallen. Durante
as filmagens, de repente, Dan apareceu e ficou chateado connosco porque fora
servido vinho a um dos seus modelos. Essa foi a primeira vez que o encontrei”. DeVero
deleita: “Kristian e eu desenvolvemos uma relação estreita e ele, muitas vezes,
disse-me que tinha fortes sentimentos por mim”.
Gaahl ainda suavizava com vaselina: “não estou muito dentro do físico, é mais,
estou mais na estética das
coisas”, mais tarde rabotou a sua preferência creofágica: “gosto muito de
mulheres altivas. Mas não gosto de moçoilas. Elas são repugnantes. É uma forma
de submissão que fortemente me desagrada. Nunca poderia estar fisicamente com
um ser do sexo feminino. Não gosto das suas curvas e nunca entendi os seios [3]. Penso que tem algo a ver com o seu centro de
gravidade excessivamente baixo. Gosto muito mais das linhas masculinas”.
Em 2010, já com Robin Jakobsen, esponsalício namorado novo: “eu estava no
Fincken (um bar gay em Bergen) e
Robin apareceu à procura de o seu ex-namorado. Eu tinha bebido vinho branco, e
subitamente vi uma figura brilhante na porta: era o Robin. Eu pensei que ele
precisava de ser meu”, laureiam-lhe com título de homossexual
do ano na Bergen Gay Galla, Noruega.
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[1] No povo compaginado pelo
seu primeiro-ministro Passos Coelho: “no século XXI haverá ainda muitos
continentes por descobrir e que alguns desses continentes serão descobertos uma
vez mais por portugueses”, evecção geofágica e outros materiais. Ide e
descubram! Schelling, em frente: “sem um grande entusiasmo geral, só há seitas,
mas não há opinião pública”. Cristiano Ronaldo embute: “q’as pessoas possam vir
a um estádio, possam apoia’ a seleção de Portugal, possam, como foi em 2004,
ter as bandeiras nas suas casas, façam can cânticos p’a apoiar a seleção” – “I'm
on Fire” (rock de Brooklyn, Los Encantados).
Nos tribunais desse povo inflamado foi escardichada uma supina sentença:
um jovem é condenado a dois meses de pena suspensa pelo crime de usurpação ao
partilhar na net três músicas: “Right Through You”, de
Alanis Morissette, “A Queda de um Anjo”, dos Delfins e “Não Há”, de João Pedro
Pais. A entidade acusadora, a proditória Associação Fonográfica Portuguesa
(AFP), através de trêfegos argumentos, a equivalência: diminuição nas vendas =
partilha de ficheiros, ludibria um pedâneo desterrado no século XX. O
consumidor rebuscou o seu gosto, não comprará qualquer zangarreio de ídolo, mas
amesendar-se-á com qualidade lírica musicada: “o que eu não aproveito ao almoço
e ao jantar a ti deve dar jeito” / “as coisas que jogam fora ainda dentro da
validade davam para ir até lua e ainda sobrava metade” in “Hino da
ação zero desperdício”. Em vez de promover workshops para esta excelência poética musicada, a AFP ataca a
linha dos bytes de ouro. Adam Young,
dos Owl City, aquando
do seu contacto com o povo das descobertas: “grande parte disto teve origem na
Internet. A Internet é muito ambígua, pois um jovem músico pode pôr músicas no
MySpace ou no YouTube. Foi assim que comecei. Se não fosse pelas redes sociais
não estaria aqui”.
[2] Gaahl explica a sua
escolha: “Wynjo é uma palavra norueguesa antiga que significa felicidade, ou
para ser mais preciso, a procura da felicidade. Perfeição. Sempre me preocupei
com a estética e com o que é belo. Esta coleção exibirá o elegante e feminino
nas mulheres”.